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Açú / Lajes, Nordeste - Rio Grande do Norte, Brazil
Nós somos Leandro Ismael de Almeida e Islame Felipe Fernandes, alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - Campus Ipanguaçu. Moramos em cidades diferentes - Felipe em Lajes e eu em Açú. Nos conhecemos na escola ano passado (2008) e no decorrer deste ano (2009) descobrimos um gosto comum: A paixão por literatura. Daí então, inspirados por grandes escritores que pudemos conhecer através das aulas de português, decidimos produzir o nosso próprio livro de caráter literário "Poesia Minha de Cada Dia" baseado totalmente em nosso cotidiano adolescente repleto de paixões, aspirações e questionamentos. O livro está em formação e pretendemos publicá-lo pela Editora Ifrn. Aqui neste blog você poderá acompanhar o andamento do nosso projeto Poesia Minha de Cada Dia como também conhecer alguns autores que apreciamos através de postagens que constantemente faremos de obras suas. Por fim, nos conhecer através de nossa modesta arte e "pistas" de nossa vida pessoal por intermédio do blog de forma integral. Esperamos que goste e viajemos juntos no mergunlho dentro do abismo dos pensamentos e palavras!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Premiação de Melhor Poesia na Semana Nacional do Livro e da Biblioteca no IFRN Ipanguaçu - 27 a 29 de Outubro.





Nesses dias 27 a 29 de Outubro, estivemos realizando no IFRN campus Ipanguaçu a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, onde houve uma breve viajem virtual na história da Biblioteca Nacional e homenagens ao escritor local João Lins Caldas. Na oportunidade também houve show de talentos, exposições artíticas-culturais e sarais poéticos de diversos gêneros - com a presença do escritor potiguar Antônio Francisco - entre muitas outras apresentações culturais. Durante o evento também houveram as premiações Amigo da Biblioteca e A Melhor Poesia, onde os alunos que mais visitaram e emprestaram livros à biblioteca durante o ano foram contemplados, como também alunos que inscrevessem as melhores poesias no concurso que estava aberto desde semana passada. Os três primeiros colocados no concurso A Melhor Poesia foram os alunos Eline Tavares em terceira colocação, Tálita em segunda colocação e eu, Leandro Almeida em primeira colocação. A Poesia que usei para concorrer e que me deu a vitória do concurso - como prêmio a assinatura anual gratuita da revista Pesquisa da FAPESP - foi a poesia recém-criada [ Colchete Aberto [ .




Veja:
















Leandro Almeida


[ Colchete Aberto [

Muitos acham normal
A forçada ideia
Que tudo isso é natural

Oh, não chores
Hoje ele
Amanha nós

É o ciclo
É o circo

De lona preta e vulto
De trapezistas e palhaços de luto

Que contradição errônea!
Que ideia brutal!

Por que lamentam
Por que pranteiam
Se tudo é natural?

[ Somos... Colchete Aberto [

É que todos temem
A inspiração poética, inteligente
Manuscrita em vermelho
Pela Indesejada das Gentes

Sim, me é estranho
Esta caixa preenchida
Por vazio vestido em terno
Porque a verdade
É que nasci para ser eterno.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Gênesis












Leandro Almeida

Ela corre a pauta
A imprimir o lampejo
O cheiro, a cor
A lembrança
E o sabor

Aí crio a Poesia
Aquela por quem fui criado

A levar-me
Entre meus próprios dedos

Então dou a luz
Àquela que me concebeu
Pois sou nascido
Daquela que de mim nasceu

É que outrora
Era tudo vazio
Sem forma.
E se movia a Poesia
Dando forma ao primeiro dia.
Sobre a face das águas se movia...

E no dia seis
Criou a Poesia ao homem
À sua imagem e semelhança o criou
Homem e mulher os formou...

E o formou
Do pó da terra
E soprou-lhe a Inspiração
E o fez alma vivente
Dotou-lhe de um coração...

Inegavelmente
Essa é nossa relação
É nosso gênesis
Nossa comunhão

É que dou a luz
Àquela que me concebeu
Pois sou nascido
Daquela que de mim nasceu

E assim vivemos nós
Eu a criá-la desde o amor
Aos meus mais profundos medos
E ela a levar-me
Entre meus próprios dedos

Pois cada dia a se passar
Com a caneta e papel por testemunhas
Luz um ao outro estamos a dar.

Pingos de Amor




Felipe Fernandes
A noite era levada pela garoa
Pingos de chuva arrancavam sons do telhado
Lá fora, uma piscina vazia
Sendo a cada gota purificada
Lá dentro, uma lareira a nos aquecer
E o sangue começando a ferver
O tempo parecia não passar
E nós ali a nos amar
Chocolate quente alavancava minha paixão
Enquanto você comia morango deitada no chão
Pingos de chocolate na minha boca caiam
Mais denso o amor tornariam
Mas quando o dia raiou
O doce cessou
E tudo ao normal voltou
Lá fora, o sol a brilhar
E a piscina me convidando a nadar.
De pingo em pingo a chuva a encheu.
O mesmo o chocolate fez no meu coração,
Mas sua presença também contribuiu de montão.
Pingos de amor que construíram uma grande paixão.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Procure nos Dedos












Leandro Almeida

Levados à correnteza
Soterrados sob areia
Empurrados ao ralo
Pelo rodo cotidiano

Muitos se perdem
Na homogeneidade
Na mescla e na perda
Na corrupção da identidade

Quem é você no meio da massa?

Veja seu RG
A foto
Código
Assinatura
Nome
Identidade

As linhas curvas
Acidentadas
Defeituosas
Digitais azuladas
No papel que define “você”

Isso é você?
Talvez

A foto
Talvez
Você muda
Envelhece

Assinatura
Talvez
A caligrafia varia
Estremece




O nome é você
Sua identidade
Singularidade

O código é você
Uma cadeia única
Num mar de combinações

E principalmente

As linhas curvas são você
Já as temos ao nascer
As falhas são você
Os erros são você

A ruga
A mancha
A deformidade
Isso lhe distingue

Quanto ao mais

A honra
A glória
A perfeição
Tudo vaidade
Tudo amenidade

Nossas falhas são nossa identidade.

A Arte de Voar – Asas Inatas











Felipe Fernandes

Pernas…
Para que servem?
Para sustentar-me?
Exibir?
Caminhar e seguir em frente?
Melhor seria voar
Mas ainda não aprendi
Era criança, mas com o tempo cresci.
Fui nascendo a cada dia,
Junto ao sol
E me transformando novamente em criança
Junto à lua.
Nos eclipses eu sonhava,
Amava…
Chorava…
Foi assim que aprendi a voar,
Pelo mundo passear
Vivendo, sentindo…
O tempo de tudo se encarregou,
E sem asas definitivamente não me deixou.
Hoje sem elas não vivo
É fundamental!
É essencial!
Pelo mundo as imaginações me levaram
Nas poesias, nos livros, nas paisagens…
Pelo mundo belo que fez Deus e que um dia nos deu
Por isso, voe
Sinta…
Ame…
Sonhe…
Não deixe que ninguém corte suas asas
Não permita que seu sonho vire pesadelo.
O sonho é o combustível,
Só assim pode voar.
Depois pousar
E a agir começar.
Sustentando-se com as pernas,
Erguendo o sonho com as mãos
Seguindo seu coração
Repleto de intuição
Ta vendo?
As pernas, contudo, não perderam sua função
Utilidades sempre tiveram!
E quando criança mimo sempre me deram
E as asas lá.
Agindo sem se apresentar.
Sempre as tive
Você também
E agora mais do que nunca
E sem o atrevimento ninguém.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Cidadezinha







Leandro Ismael de Almeida









Cidadezinha
Tão pequena
Tão minha

Cidadezinha

Cidade de luzes
Que iluminam meus olhos
Em avistar-te de largo

Cidade de meus primeiros amores
Primeiros beijos
Primeiros ciúmes...

Ciúmes de ti
Cidadezinha

De tuas praças
Teu violão
Luas laranjas
Um sertão em canção

De jovens em paixão
Bolas de gude pelo chão...




Cidadezinha
Tão pequena
Tão minha

Cidadezinha

De minha ancestralidade
De minha posteridade

De ar puro
De sono em portas abertas
Conversa velha nas calçadas

Cidadezinha

Tão pequena
Tão minha

Cidade de luzes
Que iluminam meus olhos
Em avistar-te de largo

Cidade de meus primeiros amores
Primeiros beijos
Primeiros ciúmes...

Ciúmes de ti
Cidadezinha.

A Custo da Hipocrisia


Felipe Fernandes







Para eles
amanhã será o dia venerável.
A praça estará lotada.
Uns acreditam cegamente no que é dito.
Outros ainda acham
que possamos evoluir e jogar
a culpa nos estrangeiros
ou no planalto.
Entretanto Ninguém nota a própria dependência interna.

E ele pergunta:
– Quantos hipócritas são precisos para formar uma hipocrisia?
Todos, porém, cerraram os ouvidos.
Nada ouvem,
para não despertar a alienação.
Esta modelou diversas cabeças feitas de barro
e em fogo abrasador as tornou implacável.
– Salve hipocrisia!