Quem sou eu
- Leandro Almeida & Felipe Fernandes
- Açú / Lajes, Nordeste - Rio Grande do Norte, Brazil
- Nós somos Leandro Ismael de Almeida e Islame Felipe Fernandes, alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - Campus Ipanguaçu. Moramos em cidades diferentes - Felipe em Lajes e eu em Açú. Nos conhecemos na escola ano passado (2008) e no decorrer deste ano (2009) descobrimos um gosto comum: A paixão por literatura. Daí então, inspirados por grandes escritores que pudemos conhecer através das aulas de português, decidimos produzir o nosso próprio livro de caráter literário "Poesia Minha de Cada Dia" baseado totalmente em nosso cotidiano adolescente repleto de paixões, aspirações e questionamentos. O livro está em formação e pretendemos publicá-lo pela Editora Ifrn. Aqui neste blog você poderá acompanhar o andamento do nosso projeto Poesia Minha de Cada Dia como também conhecer alguns autores que apreciamos através de postagens que constantemente faremos de obras suas. Por fim, nos conhecer através de nossa modesta arte e "pistas" de nossa vida pessoal por intermédio do blog de forma integral. Esperamos que goste e viajemos juntos no mergunlho dentro do abismo dos pensamentos e palavras!
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Quatro Sonetos de Meditação
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
O livro das Ignorãças
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Amor Bastante
basta um instante e você tem amor bastante
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Premiação de Melhor Poesia na Semana Nacional do Livro e da Biblioteca no IFRN Ipanguaçu - 27 a 29 de Outubro.
Muitos acham normal
A forçada ideia
Que tudo isso é natural
Oh, não chores
Hoje ele
Amanha nós
É o ciclo
É o circo
De lona preta e vulto
De trapezistas e palhaços de luto
Que contradição errônea!
Que ideia brutal!
Por que lamentam
Por que pranteiam
Se tudo é natural?
[ Somos... Colchete Aberto [
É que todos temem
A inspiração poética, inteligente
Manuscrita em vermelho
Pela Indesejada das Gentes
Sim, me é estranho
Esta caixa preenchida
Por vazio vestido em terno
Porque a verdade
É que nasci para ser eterno.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Gênesis
A imprimir o lampejo
O cheiro, a cor
A lembrança
E o sabor
Aí crio a Poesia
Aquela por quem fui criado
A levar-me
Entre meus próprios dedos
Então dou a luz
Àquela que me concebeu
Pois sou nascido
Daquela que de mim nasceu
É que outrora
Era tudo vazio
Sem forma.
E se movia a Poesia
Dando forma ao primeiro dia.
Sobre a face das águas se movia...
E no dia seis
Criou a Poesia ao homem
À sua imagem e semelhança o criou
Homem e mulher os formou...
E o formou
Do pó da terra
E soprou-lhe a Inspiração
E o fez alma vivente
Dotou-lhe de um coração...
Inegavelmente
Essa é nossa relação
É nosso gênesis
Nossa comunhão
É que dou a luz
Àquela que me concebeu
Pois sou nascido
Daquela que de mim nasceu
E assim vivemos nós
Eu a criá-la desde o amor
Aos meus mais profundos medos
E ela a levar-me
Entre meus próprios dedos
Pois cada dia a se passar
Com a caneta e papel por testemunhas
Luz um ao outro estamos a dar.
Pingos de Amor
Pingos de chuva arrancavam sons do telhado
Lá fora, uma piscina vazia
Sendo a cada gota purificada
Lá dentro, uma lareira a nos aquecer
E o sangue começando a ferver
O tempo parecia não passar
E nós ali a nos amar
Chocolate quente alavancava minha paixão
Enquanto você comia morango deitada no chão
Pingos de chocolate na minha boca caiam
Mais denso o amor tornariam
Mas quando o dia raiou
O doce cessou
E tudo ao normal voltou
Lá fora, o sol a brilhar
E a piscina me convidando a nadar.
De pingo em pingo a chuva a encheu.
O mesmo o chocolate fez no meu coração,
Mas sua presença também contribuiu de montão.
Pingos de amor que construíram uma grande paixão.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Procure nos Dedos
Soterrados sob areia
Empurrados ao ralo
Pelo rodo cotidiano
Muitos se perdem
Na homogeneidade
Na mescla e na perda
Na corrupção da identidade
Quem é você no meio da massa?
Veja seu RG
A foto
Código
Assinatura
Nome
Identidade
As linhas curvas
Acidentadas
Defeituosas
Digitais azuladas
No papel que define “você”
Isso é você?
Talvez
A foto
Talvez
Você muda
Envelhece
Assinatura
Talvez
A caligrafia varia
Estremece
Sua identidade
Singularidade
O código é você
Uma cadeia única
Num mar de combinações
E principalmente
As linhas curvas são você
Já as temos ao nascer
As falhas são você
Os erros são você
A ruga
A mancha
A deformidade
Isso lhe distingue
Quanto ao mais
A honra
A glória
A perfeição
Tudo vaidade
Tudo amenidade
Nossas falhas são nossa identidade.
A Arte de Voar – Asas Inatas
Pernas…
Para que servem?
Para sustentar-me?
Exibir?
Caminhar e seguir em frente?
Melhor seria voar
Mas ainda não aprendi
Era criança, mas com o tempo cresci.
Fui nascendo a cada dia,
Junto ao sol
E me transformando novamente em criança
Junto à lua.
Nos eclipses eu sonhava,
Amava…
Chorava…
Foi assim que aprendi a voar,
Pelo mundo passear
Vivendo, sentindo…
O tempo de tudo se encarregou,
E sem asas definitivamente não me deixou.
Hoje sem elas não vivo
É fundamental!
É essencial!
Pelo mundo as imaginações me levaram
Nas poesias, nos livros, nas paisagens…
Pelo mundo belo que fez Deus e que um dia nos deu
Por isso, voe
Sinta…
Ame…
Sonhe…
Não deixe que ninguém corte suas asas
Não permita que seu sonho vire pesadelo.
O sonho é o combustível,
Só assim pode voar.
Depois pousar
E a agir começar.
Sustentando-se com as pernas,
Erguendo o sonho com as mãos
Seguindo seu coração
Repleto de intuição
Ta vendo?
As pernas, contudo, não perderam sua função
Utilidades sempre tiveram!
E quando criança mimo sempre me deram
E as asas lá.
Agindo sem se apresentar.
Sempre as tive
Você também
E agora mais do que nunca
E sem o atrevimento ninguém.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Cidadezinha
Tão pequena
Tão minha
Cidadezinha
Cidade de luzes
Que iluminam meus olhos
Em avistar-te de largo
Cidade de meus primeiros amores
Primeiros beijos
Primeiros ciúmes...
Ciúmes de ti
Cidadezinha
De tuas praças
Teu violão
Luas laranjas
Um sertão em canção
De jovens em paixão
Bolas de gude pelo chão...
Tão pequena
Tão minha
Cidadezinha
De minha ancestralidade
De minha posteridade
De ar puro
De sono em portas abertas
Conversa velha nas calçadas
Cidadezinha
Tão pequena
Tão minha
Cidade de luzes
Que iluminam meus olhos
Em avistar-te de largo
Cidade de meus primeiros amores
Primeiros beijos
Primeiros ciúmes...
Ciúmes de ti
Cidadezinha.
A Custo da Hipocrisia
amanhã será o dia venerável.
A praça estará lotada.
Uns acreditam cegamente no que é dito.
Outros ainda acham
que possamos evoluir e jogar
a culpa nos estrangeiros
ou no planalto.
Entretanto Ninguém nota a própria dependência interna.
E ele pergunta:
– Quantos hipócritas são precisos para formar uma hipocrisia?
Todos, porém, cerraram os ouvidos.
Nada ouvem,
para não despertar a alienação.
Esta modelou diversas cabeças feitas de barro
e em fogo abrasador as tornou implacável.
– Salve hipocrisia!
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Escovando os Dentes.
Leandro Ismael de Almeida
Ele
Seu rosto
Afilado
De simetria perfeita
O andar rápido
De seu corpo delgado
O olhar entusiasmado
Castanho
Feliz
E eu a o contemplar
Ele olha para mim
E algo já me diz
Antes mesmo de usar
Seu lento falar
Quem é ele?
Por que não me espera?
Vai a andar
Desaparecendo na escuridão
De seus imprevisíveis passos
E me atrai
Sim, ele me atrai
E não importa o que eu faça
Não posso tocá-lo
Pois ainda que neste espelho
Eu tentasse mergulhar
Com meu hálito
Só o estaria a embaçar.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Destino
Felipe Fernandes
Eu quero
Vamos nós
Diria eu
Mas ele não!
Escrevíamos juntos
A quatro mãos
Versos fantásticos
Eu quero!
Ele segue,
Eu o sigo
Tece o caminho
Colocando pedrinhas aos lados para que eu passe
Que nós passemos
Ele não!
Eu o quero
Coloca pedra no meio do caminho
Faço meu castelo
Penso que ele não me quer
Tenho que andar junto a ele
E seguir esse caminho.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
A implosão da mentira - Fragmento 1
Mentiram-me. Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente. Mentem
de corpo
e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que
mentem sinceramente.
Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem
tristes. Alegremente
mentem. Mentem tão nacional/mente
que acham que
mentindo história afora
vão enganar a morte eterna/mente.
Mentem. Mentem
e calam. Mas suas frases
falam. E desfilam de tal modo nuas
que mesmo um
cego pode ver
a verdade em trapos pelas ruas.
Sei que a verdade é
difícil
e para alguns é cara e escura.
Mas não se chega à verdade
pela mentira, nem à democracia
pela ditadura.