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Açú / Lajes, Nordeste - Rio Grande do Norte, Brazil
Nós somos Leandro Ismael de Almeida e Islame Felipe Fernandes, alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - Campus Ipanguaçu. Moramos em cidades diferentes - Felipe em Lajes e eu em Açú. Nos conhecemos na escola ano passado (2008) e no decorrer deste ano (2009) descobrimos um gosto comum: A paixão por literatura. Daí então, inspirados por grandes escritores que pudemos conhecer através das aulas de português, decidimos produzir o nosso próprio livro de caráter literário "Poesia Minha de Cada Dia" baseado totalmente em nosso cotidiano adolescente repleto de paixões, aspirações e questionamentos. O livro está em formação e pretendemos publicá-lo pela Editora Ifrn. Aqui neste blog você poderá acompanhar o andamento do nosso projeto Poesia Minha de Cada Dia como também conhecer alguns autores que apreciamos através de postagens que constantemente faremos de obras suas. Por fim, nos conhecer através de nossa modesta arte e "pistas" de nossa vida pessoal por intermédio do blog de forma integral. Esperamos que goste e viajemos juntos no mergunlho dentro do abismo dos pensamentos e palavras!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Versuri Legate













Leandro Ismael de Almeida


à mão livre

Ele, sim, que pena,

Pegaram-no só.

Nele, sim, sem pena,

Forçaram, que dó...

Nele, enfim, na pena,

Prenderam em nó.

Nele, sim, sem pena,

Forjaram, sem dó.

Em vão, com a pena,

Envolto na algema.

É triste sim, oh.

Em mão minha pena,

É solta, serena.

É livre sim, só.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Costela de Eva






Leandro Ismael de Almeida








Em plena flor
de meus dezoito outubros
Inexperiência máxima me ficou:
Teria Deus um toque feminino / Ou a mulher um toque divino?
Fazer o que... Adoro manuscritos
[milenares:

...

"E criou Deus a mulher à Sua imagem e semelhança
[E afim de confundir aos homens, fizeram ambos (secreta) aliança."

Livro dos Disparates capítulo 1, versículo 26.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Aniversário de Camila Macedo


Como um presentinho à minha amiga Camila, resolvi fazer-lhe um poema.
Parabéns.









Leandro Ismael de Alemeida




Falta de Assunto.

Ônibus cheio
Confusão de pernas
De cheiros.

Aqui dentro a zorra inibindo
A voz da chuva lá fora caindo.

Mas que falta de humor!
Ela ao lado da janela
Eu, do corredor...

- Estuda pela manhã?
- Sim.

A resposta seca e fria
Exalava o desinteresse em companhia...

Que cara de enxaqueca essa guria!

Falta de assunto.

Mas que ironia
Mal eu sabia
Que a mesma viagem
Tanto se repetiria!

Ônibus cheio
Confusão de pernas
De cheiros.

- Desculpaê! / Fique pra sopa... /

Mas que grande senso de humor!
Ela ao lado da janela
Eu, do corredor...

E essa gostosa falta de assunto!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Quatro Sonetos de Meditação










Vinícius de Morais


Soneto I

Mas o instante passou. A carne nova

Sente a primeira fibra enrijecer

E o seu sonho infinito de morrer

Passa a caber no berço de uma cova.


Outra carne virá. A primavera

É carne, o amor é seiva aterna e forte

Quando o ser que viveu unir-se à morte

No mundo uma criança nascerá.


Importará jamais por quê? Adiante

O poema é translúcido, e distante

A palavra que vem do pensamento


Sem saudade. Não ter contentamento.

Ser simples como o grão de poesia

E íntimo como a melancolia.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O livro das Ignorãças


Manoel de Barros
No descomeço era o verbo.

Só depois é que veio o delírio do verbo.

O delírio do verbo estava no começo,

lá onde acriança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.

A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.

Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira.

E pois. Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazernascimentos

— O verbo tem que pegar delírio.

O que é o poeta?











Mário Quintana


Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo!
Eu creio em Deus! Deus é um absurdo!
Eu vou me matar! Eu quero viver!

- Você é louco?

- Não, sou poeta.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Amor Bastante


Paulo Leminski
Quando eu vi você tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhassede dentro de um diamante
e meu olho ganhasse mil faces num só instante
basta um instante e você tem amor bastante
um bom poema leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito
seis carregando pedra
nove namorando a vizinha
sete levando porrada
quatro andando sozinho
três mudando de cidade
dez trocando de assunto
uma eternidade, eu e você
caminhando junto.